quarta-feira, 10 de outubro de 2007

ENTÃO TÁ!

Eu faço um blogue, caramba!
Pode até ser bom. Se for igual poesia, tudo bem. Eu escrevo de vez em quando, quando der vontade, quando bater aquele ímpeto de escrever.
Agora, se esse troço for igual diário num vai dar certo não, já vou avisando.
Tentei fazer diário na adolescência e achei um saco. Esse negócio de ficar registrando e comentando os acontecimentos da própria vida não é comigo. Minha vida num é tão emocionante assim. Por isso escrevo poesia. E também não tenho talento pra maquiar os fatos e torná-los interessantes.
Por exemplo, fiquei um tempo no orkut. Pra começo de conversa, quando resolvi aparecer, já tava todo mundo lá. Daí, depois de um tempo, eu parei, olhei à distância praquilo tudo e achei ridículo. Achei que era autopromoção demais.
O Andy Warhol foi um dos maiores visionários da contemporaneidade (não sei quantas vezes vou repetir isso na minha vida). Será que um dia essa fuga em massa do anonimato vai passar? O cara podia ter sido mais específico na profecia e ter dito quanto tempo íam durar os quinze minutos de fama de todo mundo. Só pra eu saber se eu sento e espero ou se eu vou ter que correr junto (ou, melhor, atrás, que é mais provável).
A Pilar falou “ai, Amanda, você é a pessoa mais humilde que eu conheço. Você nunca tem nenhuma intenção, nenhuma ambição com seus textos.” Num é humildade não, Pi. É preguiça mesmo. Essas coisas dão trabalho...
Por falar nisso, já vou avisando que eu num vou indicar disco, livro, filme, restaurantezinho que tem comidinha especial, lojinha que tem uns badulaques pra pendurar na casa da vovozinha, nada disso! Isso aqui num vai ser bloguezinho de literatura, nem de jornalismo, nem de cineminha cult, nem de piadinha, nem de crítica de coisa nenhuma, nem de nada que tenha qualquer tipo de utilidade por mais inútil que seja. E também num vou ficar postando imagenzinha disso e daquilo.
Eu só tô aqui porque, às vezes, me vem uma vontade incontrolável de escrever e aí eu mando emails gigantescos pros meus amigos. De tanto isso acontecer, muitos deles já me disseram: “Você devia fazer um blogue...” Acho que é o jeito educado deles falarem: “Pára de ficar mandando esses testamentos pra mim! Já inventaram um negócio pro qual você pode mandar seus textos e SE EU QUISER eu vou lá e leio, porra!”
Então eu tô aqui. A pessoa mais retardatária e sem intenções na face da terra...
Pronto, eu fiz o blogue! Agora se vocês não vierem me visitar, eu vou continuar a bater na casa de vocês pra vender enciclopédia do mesmo jeito, tá?

8 comentários:

Clarice disse...

o blog é seu, porra, cê faz nele o que quiser e ninguém tem nada com isso! agora pára de frescura e escreve logo! :-p

Anônimo disse...

OOOOOOHHHHHHHH!!!!!! Amandinha,
achei bacana mesmo!
Só fiquei triste de nunca ter recebido um email-testamento seu.
Agora ficou ainda mais dificil já que tem o blog.
Mais tamo aí e vamo lê.
Beijão procê
(Ah! Só uma coisinha: Curupira = Jhony Bravo.)

Pilar Fazito disse...

Aêêêê!!!

A Clarice tá certa. Pára de frescura e escreve. mesmo que você não tenha nenhuma intenção e nem saiba a utilidade disso.

Unknown disse...

A Amanda tem blog, a Amanda tem blog......
eu tenho um blog, CARAMBA!????!!
cheguei a duvidar que fosse seu com essa primeira frase, mas logo abaixo eu vi a palavra que cabeira melhor aí. Então percebi que mesmo sem intenção, vc quis pegar leve...
É melhor que seja assim. Agora podemos fazer comentários sem vc ter que mandar e-mail resposta, e mais, agora sim eu posso te dizer:
MIGUXA TE DOLO !!!!! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Ana Paula Domingues disse...

Pois é, eu também não recebo "com freqüência" emails testamento, mas (o que é pior), quando recebo E COMENTO, não tenho resposta, que merda!... acho que vc já se cansou de bancar minha psicóloga preferida... Aqui, tô mandando um textículo SEU, (que só eu tenho, porque era sua única cópia e eu sempre me esqueço de devolver). Taí.

No começo eu era um filete,
uma gota de falo no mar fechado de um corpo inchado.
Passaram-se os anos
e hoje eu sou essa figura estraçalhada à sua frente.
Esse final de gente,
esse fiasco tentando agarrar em você
e ficar pra sempre.
Uma formiga.
Eu me lembro como se fosse ontem
o tempo em que a vida fervia aqui dentro.
Em que uma fome de fogo me fazia devorar o mundo.
Agora carrego seu seu peso feito fóssil.
Lembro de fases, fotos, formas.

Quando eu fumei pela primeira vez.
Quando eu fiquei pela primeira vez.
Quando eu fritei pela primeira vez.
Quando eu fingi pela primeira vez.
Quando eu flutuei pela primeira vez.
Quando eu fugi pela primeira vez.
Quando eu fantasiei pela primeira vez.
Quando eu falei pela primeira vez.
Quando eu fui eu pela primeira vez.

Quando alguém fecundou e, enfim,
formou meu começo e meu fim
hoje eu pela primeira vez me acabo assim
pelo outro.
Do outro eu vim e num outro
vou dar cabo de mim.
Eu não sou o início nem o final,
eu sou o meio
por onde eu mesma passo
e em você me desfaço.

Eu deixo de existir.


Lindo, meio apocalíptico, meio trágico, mas... você.
Beijos, I love You, Amanda.

Anônimo disse...

No Amnadinha,
eu não quiz saber de Orkut, (acho que pelas minhas paranoias), mais acho tambem que vou acabar achando o pessoal que iria acabar me achando no orkut por causa desse negôcio de Blog...
é a Pilar mesmo aí em cima né? e a Dêbora é a mesma Dêbora que estudou com a gente?
Bem, você falou do meu texto existencialista. Mais esse texticulo postado por Dêbora é bem existencialista, bem escrito, bem poema, bem sonoro...
Abraços e beijos,
e t+v.

Cerol disse...

Errr...Clair, eu posso responder aqui mesmo? É assim que se faz? Gente, antes de mais nada, brigada pela visita. Num repara não. A casa é humilde...(quê mais que mineiro fala?) Fiquem à vontade...
Ana, não respondi seu comentário, prq tô querendo postar tudo aqui (texto e comentários) no blog e abrir a discussão. Muitíssimo obrigada pelo poema que você mandou. Adorei isso. Um poema meu postado por "outrem". Parece uma peça do quebra-cabeça que estava perdida.

Bruno Crepaldi disse...

E naum me venha com cola madeira... agora "tibica" e sai rasgando... Dá linha... assim te vejo melhor daqui!

Agradeço por ceder, por compartilhar...