terça-feira, 20 de novembro de 2007

Há alguns dias, eu tive que ir, pela primeira –e última, se deus quiser– vez numa delegacia registrar uma ocorrência (nada que mereça detalhamentos).
Saindo de lá, resolvi dar uma lida no boletim, algo tão inusitado na minha vida.
Tô eu andando e lendo aqueles termos e designações tão peculiares, até me divertindo com aquilo tudo, quando me deparo com o campo “Qualificação dos Envolvidos”, no caso, eu. Ôpa! Olha eu aqui...hehe
Amanda, blábláblá... CÚTIS BRANCA. É questionável, eu sei, mas vá lá, tudo bem... Agora, pô, porque que onde está escrito COR DO CABELO o cara preencheu IGNORADO???? Se o cara conseguiu preencher uma cor pra minha pele (o que tá muito mais difícil de categorizar), num consegue encontrar uma corzinha pro meu cabelo? Só porque ele é castanho na raiz e louro nas pontas? Se fosse uma mulher que estivesse preenchendo o boletim ía saber direitinho. Eu tive que dar entrada num documento no banco, relacionado à mesmíssima situação, e A funcionáriA do banco que tava preenchendo, olhou pra mim e disse “cabelo louro”. Se ela tinha alguma dúvida, ao falar em voz alta e, percebendo o meu silêncio, teve a certeza.
Bem que eu senti que o cara da delegacia ficou um tempo me olhando como quem estivesse tentando entender alguma coisa. E eu achando que ele tava tentando visualizar a ocorrência.
Ele tava era tentando me entender.
Cor de cabelo, ignorado? Humpf! Ignorante!
Apesar de, na programação do site do FAN, não haver nenhuma menção à revista Roda, o lançamento oficial do quinto número é dia 22, na praça da Estação, durante o show do Jards Macalé.
Apareçam!

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Confissões de uma "garotinha-juvenil"

Eu preciso fazer uma confissão. Há uma lacuna no meu passado que eu evito comentar, mas volta e meia alguém, que me conheça há mais de 15 anos, faz questão de reacender, e–já que eu não posso apagar do mapa essas pessoas– então eu resolvi fazer logo uma confissão pública pra tentar me libertar desse fantasma: EU JÁ FUI FÃ DE NEW KIDS ON THE BLOCK!!! Podem declarar a minha penitência. Ouvir Cavaleiros do Forró, durante uma semana, no mp3, que é para, além de ser torturada sozinha, o troço ir mais rápido pro sistema nervoso. Ou então, decorar todas as letras e coreografias do High School Musical. Falem logo a minha sentença e me libertem desse carma! Eu não sinto nenhum remorso por ter gostado de Menudo, pois na época eu tinha oito ou nove anos de idade. A questão com o NKOTB é que eu já tinha 14 anos, ou seja, bem velhinha pra cair nessa cilada. Af! Esses hormônios da adolescência acabam com qualquer moral. Nesse curto (mas inesquecível, né?!!) período, não me bastava agradar os ouvidos, eu queria amar, idolatrar, ser fanática. Tanto que, seis meses após a crise boy-band, eu passei a ouvir metal. Um caso extremo de vira-folhismo . E não era qualquer metal não, tinha que ser o mais brutal: Napalm Death, Carcass, Venon, Dorsal Atlântica e por aí...
Adolescência é mesmo uma viagem. De trem bala. Sem sistema de segurança e com direito a adicional de impacto. Você transita entre lugares completamente distantes (ou distintos) em fração de segundos. E o pior é que você acredita piamente na veracidade das paixões.
Agora cá entre nós, como um ser, com um mínimo de discernimento, num dia, é fã de um grupo que faz músicas com títulos do tipo “My favorite girl”, “Cover girl”, “Valentine girl”, Please don’t go girl” e, seis meses mais tarde, passa a idolatrar bandas que produzem trabalhos com títulos do tipo: “Depressão suicida”, “Necroticism”, “Reek of putrefaction”, etc?! Simples. Eu precisava idolatrar. Não importava bem quem fosse, e sim, COMO fosse. Por isso saí pegando carona em quem estava próximo a mim, sem o menor critério pessoal. Eu via o fanatismo da galera e queria levantar as mãos ao alto com o mesmo fervor! Glória!
Uma amiga de escola que era fanática pelos NKOTB chamou minha atenção pela sua fidelidade e dedicação. Daí eu pensei: é isso que eu quero. Mas o romance não durou. Nem tinha como. Eu ouço rock desde o útero da minha mãe, não tinha como aquela farsa me convencer por muito tempo. Mudei de lado. Comecei a andar com meus primos headbangers (se a gente estivesse nos anos 90 tooodo mundo saberia o que isso quer dizer) e abandonei, de vez, os almofadinhas. Mas o mesmo aconteceu nesse outro extremo: eu não consegui adequar minha audição ao gênero durante muito tempo. Foi então que, por entre a nebulosa mistura de visões, hormônios e confusões mentais, surgiu uma luzinha, que aos poucos, foi se tornando mais intensa, mais nítida e me trouxe de volta pra terra dos seres com opinião própria e escolha definida. A luzinha tinha nome: Faith no More. Ironia. Eu, que estava aflita por um fanatismo, fui salva, justo, por quem não tinha fé. A banda era tudo o que eu precisava: um vocalista gatinho, carismático e um som autêntico, com um certo vigor e ruído, mas nada de vômitos-vocais. Me perdoem meus companheiros de saga trash-metal, mas eu nunca gostei de verdade daqueles arrotos cantados. Perdoem a minha blasfêmia, mas no fundo, eu gostava mesmo era dos farofa. E gosto até hoje. Num minuto, apareceu uma coleção de camisa xadrez no meu guarda-roupa que saía do cabide direto pra cintura. Tudo o que eu passei a ouvir nessa época, permanece na minha lista. Dos tempos de pseudo-fanatismo-metal restaram uns poucos, como Suicidal Tendencies. O FNM foi mesmo um marco. Eu cheguei a ir num show dos caras com a Clarice (http://naofosseisso.blogspot.com/ ). A partir deles iniciou-se um processo de descobertas que se perpetua até hoje. Quase simultaneamente ao funkmetal do FNM veio a paixão pelos grunges (apesar de saber da repulsa que os próprios artistas tinham ao termo, eu adotei o apelido tranqüilamente e ignorei as críticas). Ouvi todos e ouço ainda hoje (ao contrário do Faith no More que eu até gosto, mas não ouço mais). Da cena de Seattle, Alice in Chains é meu preferido. Herança dos tempos de metal. Nessa mesma época eu também descobri Ramones e o “Rocket to Russia”, outra paixão que resiste às suspeitíssimas preferências de uma “garotinha-juvenil”. Mais ou menos na mesma época veio o Red Hot (que hoje em dia sobrevive no meu case graças a essa época) e dessa coisa meio rock/meio funk/meio metal/meio black music foi que eu aportei naquele que se tornou, mais que uma paixão, um amor de longos anos: o hip-hop. A ponte? Talvez tenha sido a parceria Public Enemy/Anthrax, não sei bem. Mas esse é um capítulo à parte, ou melhor, em partes. Eu precisaria de vários textos pra falar dessa história. Talvez seja por isso eu evito falar sobre. Porque vai demandar tempo demais. Qualquer hora dessas eu começo esse longo capítulo.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Mais fácil que roubar o doce de uma criança, hoje em dia, é roubar a aposentadoria de um pobre velhinho.

domingo, 4 de novembro de 2007

Tem música que dá vontade de chorar de tão linda.
Por exemplo, Lightness e Title and Registration do Death Cab for Cutie. Estão no cd Transatlanticism, de 2003. Maravilhoso. Os caras estão na ativa desde meados dos 90 (quem souber a data certa me fala aí). O Death Cab é que nem o Placebo, faz música linda de chorar. Mas num é esse chorinho emo de quem aprendeu a chorar pra mamar dinheiro fácil e fingir que é sensível não! É o choro do contato com algo que toca os sentidos, tão profundamente, que seu corpo reage involuntariamente. E eu choro mesmo...
Eu vi um físico explicar em uma entrevista que aquele chiado entre as estações de rádio é a captação dos ruídos do cosmos.
Parei.
Saí fora do ar.
Desde então, ando com um chiado no ouvido...
Acho que eu descobri a solução para os políticos do Brasil: tratamento da tireóide.
De acordo com o pequeno dicionário da língua portuguesa:
Cretinismo, s.m. Estado mórbido resultante da ausência ou insuficiência da glândula tireóide.