terça-feira, 27 de maio de 2008

Tudo que é bom dura o tempo certo.
Felicidade é escolher.
A insatisfação, muitas vezes, é fruto da indecisão vaga, desprovida de matéria.
A maioria das pessoas acredita que, para ser feliz, é preciso acertar na escolha. Mas o maior trunfo não está no discernimento entre escolhas certas ou equivocadas.
Há que se elucidar algo que é anterior e mais profundo do que isso: a completa ausência de escolha. Quando não se sabe recusar, não se escolhe nada. Simplesmente aceita-se o que é oferecido. E quanto mais coisas nos oferecem, mais desejamos aceitar. Numa ânsia incessante por ofertas medíocres. Veja o quão paradoxal é o processo: buscamos avidamente a passividade. Acionamos toda nossa potencialidade em prol de coisas que nos banalizam, que nos nivelam por baixo. "Por favor, me dá dois desse, três daquele e mais um daquele outro." E seguimos aceitando, crentes que estamos escolhendo. Depois de engolir tudinho, vem uma baita indigestão. E dá-lhe antiácido que é pra engolir outro tanto mais tarde. E viva a liberdade de consumo. Consuma-se.
Hoje, durante meu horário de trabalho, eu estava caminhando pela praia mais linda aqui de Pipa e parei para dar um mergulho. O mar nessa baía (cujo nome é Baía dos Golfinhos) é bem tranquilo, então, é possível deitar e ficar boiando um longo tempo. Estava eu lá, há alguns minutos, sozinha, flutuando à deriva, ouvindo o abissal som da imersão no mar, assistindo a "imansidão" do azul celestial e compartilhando o cenário com alguns golfinhos que se alimentavam ao fundo, quando me veio à cabeça: como é bom escolher!
Não é simples. Porque o fluxo arrebatador nos induz a, simplesmente, aceitar. E, muitas vezes, a gente nem experimentou o quê querer. Mas quando a insatisfação começa a sussurrar nos nossos ouvidos, é necessário rever o que estamos aceitando escolher. E, mesmo que não se saiba exatamente onde buscar, a simples recusa nos faz, aos poucos -quase como um cão farejador que vai eliminando as falsas pistas- chegar mais perto do que nos é verdadeiramente precioso.
Subverta a ditadura da aceitação. Quem compulsivamente muito aceita, se contenta com pouco. Na dúvida, devolva.
(escrito em 23/05/08)

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Quanto mais eu aprendo a gostar das coisas melhores elas ficam